Projeto Enades 2016
Leia abaixo o Projeto do II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo (Enades 2016)
CONHEÇA TAMBÉM!
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Durante 5 dias, em Maceió, Alagoas, acontecerá o II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo (ENADES 2016).
Mas você sabe o que é um áudio-descritor?
Venha conhecer esta nova profissão e descobrir como a Tradução Visual pode oferecer-lhe ferramentas intelectuais para sua atividade laboral.
Garanta sua inscrição já! Vagas limitadas!
• A Áudio-descrição é uma forma de tradução visual semiótica, a qual traduz em palavras escritas, sinalizadas ou oralizadas os eventos visuais inacessíveis às pessoas com deficiência, principalmente às pessoas cegas ou com baixa visão.
• A áudio-descrição surgiu em meados da década de setenta, nos Estados Unidos, objetivando o empoderamento das pessoas com deficiência ou que, de alguma forma, estejam temporária ou permanentemente impossibilitadas de ver uma dada imagem estática ou dinâmica, assistir a um filme, a uma peça teatral, a um espetáculo de dança ou de circo; que não possam ou não consigam enxergar uma exposição no museu ou à distância, na rua; que não possam ou não consigam ver uma paisagem, um quadro, uma fotografia, um gráfico, um mapa, um desenho ou figura na lousa ou no livro didático.
Aproveite esta oportunidade de estudo e aprendizado e
inscreva-se no I Encontro Nacional de Áudio-descrição Em Estudo!
Acesse: www.associadosdainclsuao.com.br/enades2016
• Assista ao Enades 2016 e desfrute de 5 dias de uma rica programação Cultural e Acadêmica, desenvolvida para você adquirir e consolidar muito conhecimento sobre a áudio-descrição;
• Aprenda com palestras, Comunicações Científicas e com a apresentação de pôsteres sobre áudio-descrição e a respeito de assuntos relacionados com a pessoa com deficiência visual;
• Descubra a Tradução Visual, assistindo à Mostras de vídeos com áudio-descrição e participando de debates sobre este importante recurso de tecnologia assistiva para as pessoas com deficiência;
• Traga seus filhos para participarem das atividades culturais disponíveis no Enades 2016: as crianças vão gostar de assistir aos filmes com áudio-descrição e de se envolver nos momentos de Contação de História.
Tudo isso e mais, o II Enades planeja para você!
CONTATOS
Para informações sobre o II Enades 2016, visite: www.enades.com.br
Para saber quem são nossos palestrantes, visite: http://www.associadosdainclusao.com.br/enades2016/palestrantes
Para inscrição no II ENADES, visite: http://www.associadosdainclusao.com.br/enades2016/inscreva-se-no-enades
Outras informações pelo e-mail: contato.enades@gmail.com ou com o Prof. Dr. Francisco Lima pele número 81 9 9997 9339.
PROGRAMAÇÃO ENADES 2016
02 DE MAIO - SEGUNDA
16:00 - 19:00- Credenciamento
19:00 - 19:40 - Abertura
19:40- 20:00 - Apresentação de dança com áudio-descrição
20:00 - 21:30 - Conferência de Abertura- “The History of Audio Description in the United States and around the world” - Dr. Joel Snyder (Audio Description Associates, LLC)
03 DE MAIO - TERÇA
08:00 - 08:30 - Credenciamento
08:30 - 10:00 – Seção “Assim eu faço e coisas que já fiz” - Palestra a confirmar-
10:00 - 10:30- Intervalo
10:30 - 11:15- Palestra- “Áudio-descrição no foto jornalismo: técnicas para saber, efeitos que áudio-descrever”— Janaina Gomes (UFSM)
11:15 - 12:00- Mesa-redonda “O papel institucional na acessibilidade comunicacional: a áudio-descrição no lazer, na educação e na empregabilidade”- Rosângela Barqueiro (Laramara- Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual), Antônio Carlos Barqueiro (Laramara- Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual) e Ana Fátima Berquó (Instituto Benjamin Constant)
12:00 - 14:00- Intervalo para almoço
14:00 - 18:00 - OFICINAS
• 01- "Barreiras Atitudinais na Áudio-descrição: analisando e produzindo roteiros sem barreiras atitudinais" - Patrícia Pordeus (Faculdade Joaquim Nabuco) - 16 vagas
• 02 - "Técnicas de Redação requeridas na áudio-descrição" - Rosângela Ferreira Lima (UFPE)- 16 vagas
• 03 - EM BREVE
18:00 - 20:00 - Intervalo para jantar
20:00 - 22:00- Comunicações Orais
Curtas com áudio-descrição
04 DE MAIO - QUARTA
08:30 - 10:00 - Palestra – “Diretrizes para a áudio-descrição: erros não são escolhas tradutórias” - Francisco Lima (UFPE)
10:00 - 10:30 - Intervalo
10:30 - 12:00 - Mesa-redonda - “O Papel da Consultoria em Áudio-descrição: a prática de quem faz ” (palestrantes a confirmar)
12:00 - 14:00 - Intervalo para almoço
14:00 - 18:00 - OFICINAS
• 04 - "Áudio-descrição no foto jornalismo: técnicas para saber, efeitos que áudio-descrever" - Janaina Gomes (UFSM) - 16 vagas
• 05 - "A produção da áudio-descrição na prática: aplicando diretrizes basilares" - Francisco Lima (UFPE)- 16 vagas
• 06 - “Introdução à áudio-descrição para a dança” – Ana Clara Santos Oliveira (UFAL) - 16 vagas
18:00 - 20:00- Intervalo para jantar
20:00 - 22:00 - Comunicações Orais
Curtas com áudio-descrição
05 DE MAIO - QUINTA
08:30 - 10:00 – Seção “Assim eu faço e coisas que já fiz” – Palestra a confirmar
10:00 - 10:30 - Intervalo
10:30 - 12:00- Mesa-redonda - "Áudio-descrição: diferentes aplicações" – a confirmar
12:00 - 14:00- Intervalo para almoço
14:00 - 18:00- OFICINAS
• 07 - "Os direitos da pessoa com deficiência – o que muda com a Lei Brasileira da Inclusão" - Rita Tenório Mendonça (SEMUDH) - 16 vagas
• 08 - "Áudio-descrição no teatro: questões práticas" – Andreza Nóbrega (Vouver Acessibilidade) - 16 vagas
• 09 - EM BREVE
18:00 - 20:00 - Intervalo para jantar
20:00 - 22:00 - Apresentação de Banners
Curtas com áudio-descrição
06 DE MAIO - SEXTA
08:30 - 10:00 - Palestra- “Conhecendo a baixa-visão: questões práticas para a acessibilidade visual” – Palestrante a confirmar
10:00 - 10:30 - Intervalo
10:30 - 12:00 - Mesa-redonda – “Benefícios da áudio-descrição na educação de estudantes com deficiência visual: experiência familiar e contribuição profissional” - Rosângela Gera e Priscila Xavier (Entrelinhas Comunicação Acessível)
12:00 - 14:00 Intervalo para almoço
14:00 - 18:00 - OFICINAS
•10- "Acessibilidade para a aprendizagem da Matemática: descrição e outras técnicas aplicáveis ao ensino de estudantes com deficiência visual"- a confirmar - 16 vagas
•11- "Recursos Tecnológicos na gravação, transmissão e recepção da áudio-descrição" – Luiz Miritz (Som Maior Pro) - 16 vagas
•12- "Programando com acessibilidade: TA/TI no contexto da acessibilidade comunicacional" – André Melo (Unibratec), Bruno Hipólito (FPS-PE) e Luiz Eduardo Porto Mariz de Oliveira (oficina com carga horária de 8h)- 20 vagas
18:00 - 19:30 - Intervalo para jantar
19:30 - 21:00 - Palestra de Encerramento
21:00 - 21:30 - Apresentação Cultural
Obervação:
Oficinas, entrega de certificados, bem como atividades externas com áudio-descrição ocorrerão no sábado dia 07/05.
07 DE MAIO - SÁBADO
08:00 - 12:00 - OFICINAS
•12- "Programando com acessibilidade: TA/TI no contexto da acessibilidade comunicacional" – André Melo (Unibratec), Bruno Hipólito (FPS-PE/IMIPE) e Luiz Eduardo Porto Mariz de Oliveira (oficina com carga horária de 8h). -
PROJETO DO ENADES 2016
II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo: Um Direito à Informação e à Comunicação
Introdução
O II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo, que acontecerá de 02 a 06 de maio de 2016, em Maceió, Alagoas, pretende difundir a áudio-descrição como um recurso assistivo, a qual tem sua sustentação na legislação brasileira e está inserida no campo da acessibilidade comunicacional.
A Constituição Federal, em seu artigo 1º, versa pela a dignidade da pessoa humana e considera como invioláveis o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
A LEI Nº 12.527/2011 vem regulamentar o previsto em nossa Carta Maior e determinar o cumprimento do direito de acesso à informação.
Esse direito está previsto, também na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, Decreto Legislativo 186/08 e o Decreto Presidencial 6949/09, em particular, no seu artigo 9, que trata das condições de acessibilidade comunicacional, com igualdade de condições e de oportunidade para as pessoas com deficiência.
No texto da Constituição, o Art. 5º versa sobre o dever do Estado em garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
A áudio-descrição é uma ajuda técnica (Lei Federal 10.098/00, Art. 17) que amplia o acesso à informação e constitui um recurso de acessibilidade comunicacional (Decreto Presidencial 6949/09, Artigo 9).
O Decreto 5.296/04, em seu Artigo 53, prevê a descrição e narração em voz de cenas e imagens, isto é, da áudio-descrição. Diante do exposto é veemente a pesquisa nessa área e na formação de pessoal capacitado na acessibilidade comunicacional da pessoa com deficiência.
Visando cumprir um papel de responsabilidade social e de formação inclusiva, professores, áudio-descritores e apoiadores da educação inclusiva das pessoas com deficiência se reúnem em Maceió- AL, para o II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo (www.enades.com.br).
OBJETIVO GERAL
- Realizar o Evento “II ENADES - Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo”.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Dar a conhecer o que é Áudio-descrição, divulgar sua aplicabilidade e sua potencialidade na educação, no trabalho e no lazer, como recurso de acessibilidade comunicacional para as pessoas com deficiência, principalmente para as pessoas cegas ou com baixa visão.
- propiciar um espaço de formação de e para áudio-descritores e um ambiente de estudo acadêmico dos assuntos concernentes à áudio-descrição e relativos à pessoa com deficiência visual.
PÚBLICO ALVO
Considerando o caráter inclusivo do presente Evento, estão convidados a participar do II Enades todos os profissionais interessados na acessibilidade comunicacional de pessoas com deficiência visual e outras, visitantes de espaços culturais, tais como mostras de artes, feiras, exposições fotográficas e outras, em ambientes públicos ou privados, como galerias de artes, centro de convenções, feiras, parques museus etc.
Em particular, o II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudo (Enades, 2016) se destina a:
• operadores da educação (professores, coordenadores pedagógicos, diretores de escola, gestores universitários e secretários de educação / professores e demais profissionais envolvidos com a educação a distância, com o ensino e estudo da tradução visual: com a formação de áudio-descritores e consultores em áudio-descrição);
• usuários da áudio-descrição, principalmente os que estão interessados na formação como consultores nesta técnica de tradução visual ou que querem compreender melhor as vantagens e benefícios desse recurso de acessibilidade comunicacional;
• operadores da cultura, do turismo e do lazer/entretenimento (mediadores/facilitadores, curadores, diretores de museus, promotores culturais, fotógrafos, artistas plásticos e outros);
• artistas e demais profissionais que atuam/se interessam por teatro, cinema, fotografia, televisão, dublagem, tradução e legendagem;
• operadores do direito (advogados, promotores, procuradores, juízes, servidores em ambientes judiciários e todos que se interessem pela promoção e garantia dos direitos humanos das pessoas com deficiência.);
• operadores da saúde (profissionais e estudantes da área de saúde em geral, psicólogos, médicos, enfermeiros, gestores hospitalares);
• Empregadores e profissionais que trabalham com a empregabilidade da pessoa com deficiência (profissionais envolvidos com a gestão de pessoal, psicólogo do trabalho, médicos do trabalho, profissionais da área de reabilitação, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, estudantes das áreas de RH e de administração);
• profissionais da comunicação que atuem com teatro, cinema, fotografia e televisão, no jornalismo e na produção/design de páginas web;
• E todos que/se interessem pelos assuntos concernentes à inclusão da pessoa com deficiência, no sentido mais lato dessa inclusão.
• Para saber mais sobre áudio-descrição
Vejam no texto abaixo como esta área do conhecimento pode ser um recurso de acessibilidade e venha participar do Enades 2016, www.enades.com.br, para descobrir muito mais!
• Do artigo: “ÁUDIO-DESCRIÇÃO: ORIENTAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEM BARREIRAS ATITUDINAIS”:
“...Além de beneficiar diretamente as pessoas com deficiência durante eventos, programas ou espetáculos artísticos e culturais, a áudio-descrição tem um alcance ainda maior quando utilizada como ferramenta pedagógica. Para tanto, imaginemos a seguinte cena: um aluno cego vai à escola e, em sua primeira aula do dia, o professor pede aos alunos que abram o livro na página 15 e concentrem-se na análise de gráficos matemáticos.
Apesar de o aluno cego estar inserido numa sala de aula regular, junto com outras crianças com e sem deficiência, são momentos como este que definirão se a metodologia adotada pelo professor e, consequentemente, a proposta pedagógica da escola, assumirão ou não uma conduta inclusiva.
O professor inclusivo, ciente de que seu papel como mediador da aprendizagem requer a contemplação das necessidades de todos os alunos, cuidará de áudio-descrever para o aluno cego as informações contidas nos gráficos, tendo para com ele a atenção necessária ao alcance total das informações pretendidas .
Sem uma adequada áudio-descrição por parte do professor, ao aluno, incorrer-se-á no que Lima (1998, p.15-16) já antecipava:
[ ] mesmo que o professor tenha habilitação para educação especial, ele poderá estar presumindo que a representação que formula para explicação de dada informação ao aluno sem limitação visual seja a mesma que deveria dar ao aluno cego. É possível que seu pressuposto seja de que uma vez verbalizando o exemplo dado à sala, isso bastará à compreensão do aluno cego.
O professor inclusivo poderá lançar mão dos recursos de acessibilidade disponíveis, promovendo oportunidades para a eliminação de barreiras atitudinais entre os alunos, através do estímulo de atividades coletivas de áudio-descrição que envolvam a todos, sensibilizando-os e dando-lhes autonomia para também desenvolverem e se beneficiarem do recurso em conjunto.
Mais significativamente, o professor inclusivo poderá oportunizar a todos os alunos o entendimento de que a áudio-descrição, antes de ser um recurso que beneficia a um ou outro aluno da turma, com essa ou aquela deficiência, constitui-se como um recurso pedagógico que agrega a característica de ser acessível.
Assim, a áudio-descrição pode ser considerada como ferramenta pedagógica de acessibilidade quando a sua aplicação tiver por objetivo:
1 - minimizar ou eliminar as barreiras presentes nos meios de comunicação que se interponham ao acesso à educação, tais como aquelas presentes no acesso a materiais bibliográficos;
2 - proporcionar que alunos com deficiência visual, com dislexia e outros tenham acesso aos conteúdos escolares, ao mesmo tempo que o restante da turma;
3 - permitir que todas as ilustrações, imagens, figuras, mapas, desenhos e demais configurações bidimensionais, presentes nos livros didáticos, fichas de exercícios, provas, comunicados aos pais, cartazes, circulares internas etc., também sejam disponibilizadas através da áudio-descrição;
4 - zelar pela autonomia, empoderamento e independência dos alunos com deficiência visual e outros usuários do recurso;
5 - atentar para a descrição de objetos que fazem parte do cotidiano escolar, como a disposição do mobiliário da sala de aula, da planta baixa da escola, da distribuição do acervo na biblioteca, dos espaços de recreação e outros ambientes e produtos de uso comum etc.;
6 - perceber a transversalidade do recurso, por exemplo, ao estimular que através de uma atividade coletiva de áudio-descrição, durante uma aula de matemática ou de ciências, os alunos possam desenvolver descrições por escrito de tal sorte que as informações ali contidas possam ser aproveitadas nas aulas de língua portuguesa;
6 - considerar a importância de democratizar as informações e conhecimentos construídos em sala de aula para toda a comunidade escolar, oferecendo este recurso em exposições, mostras, feiras de ciências, apresentações, reuniões de pais e mestres, encontros pedagógicos, aulas de reforço escolar, excursões temáticas, jogos e olimpíadas esportivas, exibição de filmes e nos demais encontros e atividades cuja educação seja o foco;
7 - reforçar o respeito pela diversidade humana, praticando e divulgando ações de cunho acessível entre os alunos com e sem deficiência;
8 - atrair parceiros que possam financiar projetos de acessibilidade na escola e a partir dela;
9 - criar programas e projetos de voluntariado e monitoria que envolvam o público interno da instituição e a comunidade escolar, a fim de capacitar os interessados na temática da áudio-descrição e levar a diante outras iniciativas de acessibilidade;
10 - promover encontros de formação, reflexão e sensibilização sobre a inclusão social das pessoas com deficiência para professores, funcionários, gestores, alunos e comunidade, fortalecendo a máxima de que a inclusão só poderá ser construída através da perpetuação de práticas acessíveis, ou seja, a partir da eliminação de barreiras tais como as atitudinais e aquelas presentes nos meios de comunicação...”
• Extraído de: "ARTE, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO: ORIENTAÇÕES PARA ÁUDIO-DESCRIÇÃO EM MUSEUS" por Francisco José de Lima, Paulo André de Melo Vieira, Ediles Revorêdo Rodrigues, Simone São Marcos Passos
“...A arte está presente na vida do homem desde o início da história da humanidade. Porém, o valor científico e cultural atribuído a esta área é recente, tendo acontecido no século XX (junto com as transformações educacionais ocorridas na época), quando se passou a preocupar com o processo de aprendizagem do aluno.
Foi assim que, inicialmente, a arte foi compreendida como manifestação espontânea e auto-expressiva do sujeito, o que trouxe contribuições significativas para formação de um indivíduo valorizado em sua plenitude. Isso se deu mais visivelmente com a reflexão, iniciada na década de 60, pois, com ela, a arte volta a ganhar reconhecimento como construtora do desenvolvimento cognitivo e intelectual do cidadão. Atualmente, tem-se desenvolvido pesquisas sobre o ensino da arte, resgatando a arte crítica e reflexiva; buscando compreender o modo de aprender dos artistas; analisando os conteúdos a serem ensinados e visando a conhecer o processo de aprendizagem dos alunos quando da relação com essa área de conhecimento.
Arte enquanto conhecimento:
A arte comunga com as áreas científicas, técnicas e filosóficas quanto ao caráter de criação e inovação, ambas significam a representação das diversidades culturais que permeiam raças e povos.
Assim como cada frase ganha sentido no conjunto do texto, realizando o todo da forma literária, na arte, cada elemento visual, musical, dramático ou de movimento tem seu lugar e se relaciona com os demais daquela forma artística específica. E, como cada elemento artístico “relaciona-se com os demais”, entende-se que quando não se tem acesso a ele, seja qual for a razão, há prejuízos na compreensão do todo de determinada construção criativa; daí o esforço de restauradores que empenham-se em recuperar o que os séculos fizeram esvair, para que se possa ter de volta, por pesquisa e esmerado trabalho, a íntegra do que nos legou um dado artista, ou grupo deles. A preocupação em garantir a todos o acesso à totalidade do que nos comunica uma dada obra de arte, prova de seu valor, também deve ser assegurado ao indivíduo com deficiência visual, pois se hoje são investidas grandes quantias financeiras para que muitos cidadãos, graças ao trabalho de restauração, não percam o acesso ao testemunho histórico presente numa dada forma de arte, não seria razoável permitir que vários outros, por questão de deficiência, permaneçam alheios ao que lhes pode comunicar uma vasta quantidade de obras artísticas.
Portanto, se investimos em restauração devemos investir também em acessibilidade, pois ambos os esforços visam igualmente a assegurar o contato do indivíduo com a informação.
Áudio-Descrição: Uma Fusão Perfeita entre Arte e Linguagem
A importância e a relação da linguagem e da arte na formação do sujeito crítico e participativo são claras e notórias, assim como de todas as outras áreas do conhecimento que não podem ser negadas às pessoas com deficiência visual. Portanto, o recurso áudio-descritivo precisa ser valorizado e aproveitado para que a existência destas pessoas seja cada vez mais produtiva e significativa enquanto cidadãos.
A áudio-descrição é um recurso de tecnologia assistiva que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual, junto ao público de produtos audiovisuais. O recurso consiste na tradução de imagens em palavras. É, portanto, também definido como um modo de tradução audiovisual intersemiótico, onde o signo visual é transposto para o signo verbal. Essa transposição caracteriza-se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e em conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral da narrativa audiovisual. Como o próprio nome diz, um conteúdo audiovisual é formado pelo som e pela imagem, que se completam. A áudio-descrição vem então preencher uma lacuna para o público com deficiência visual.
Alhures, ao escrevermos a respeito da áudio-descrição, assim nos expressamos:
Uma técnica de tradução visual surge na década de 1980 e vem se mostrando eficaz na comunicação dos elementos visuais às pessoas com deficiência visual, já sendo a sua utilização prevista em lei no Brasil. Trata-se da áudio-descrição, serviço de tecnologia assistiva que consiste na identificação e elocução de elementos visuais essenciais à compreensão e apreciação das imagens presentes nas obras teatrais, cinematográficas, televisivas, literárias, jornalísticas, científicas, artístico-culturais, entre outras, destinada principalmente às pessoas com deficiência visual, com dislexia, pessoas analfabetas, ou que não saibam o idioma em que um filme ou programa está sendo exibido.
O foco da áudio-descrição é oferecer ferramentas para tornar o mundo das imagens acessível àqueles que não as veem, tornando tais imagens significativas, portanto, igualmente relevantes para as pessoas com deficiência visual, tanto quanto para os indivíduos que enxergam. Na áudio-descrição, as imagens falam aos sujeitos que não as veem (com a mesma magnitude e beleza), agora, por meio da voz ou da escrita do áudio-descritor. A áudio-descrição faz parte do campo da tradução visual e é produzida segundo diretrizes técnicas pré-estabelecidas, dentre as quais a da oferta de narração dos elementos visualmente observados, nos intervalos/pausas entre as falas dos personagens, nas imagens contidas em livros e em legendas descritivas.
O propósito da Áudio-Descrição é propiciar às pessoas com deficiência visual, cegas ou com baixa visão, um quadro mais completo do que está sendo mostrado, viabilizando-as a participar de uma dada apresentação com a qualidade permitida a uma pessoa sem deficiência visual.
Utilizando-se técnicas de áudio-descrição de imagens estáticas, é possível aplicar o recurso no ambiente dos museus onde podem ser encontradas esculturas, pinturas e demais obras de arte para a apreciação de todos...”